terça-feira, 13 de julho de 2010

Ao longe, muito ao longe...

Ao longe, muito ao longe, ao longo da costa, passeiam dois namorados.
Ele ergue a sua mão com carinho e acaricia-lhe a face, o pescoço, o cabelo. Depois muito suavemente beija-lhe a testa.
Ela, mais pequena, levanta o queixo, e ele observa os seus olhos brilharem. Brilham de amor, paixão, mas também de tristeza, assolando-lhe uma lágrima no canto do olho.
É hora de se despedirem, depois de um apaixonado Verão e eles sabem o quão cruel pode ser a distância.
Ele vira a face para o imenso azul do mar, para a suavidade da areia, aponta para uma duna solitária, e fá-la recordar da primeira vez que os seus olhares se cruzaram, precisamente naquele lugar. A intensidade que se fez sentir, como se desde há muito se conhecessem.
Não se conheciam, mas amaram-se como se o amanha não existisse.
Agora ele vai embora, como se parte dela lhe fosse tirada.
Ela olha de novo para ele e só lhe diz: Amo-te, hoje aqui, amanhã onde estiveres, sempre onde quiseres.
Então fecha os olhos, coloca-se em bicos de pés, ergue mais o queixo e aproxima os seus lábios dos dele.
Sente o toque terno e suave dos seus lábios, o seu cheiro masculino maravilhoso, e sabe, ela sabe que esteja onde ele estiver, vai guardar aquele momento para sempre no seu coração, tal como ele.

SR

(inventado)

2 comentários:

Isabel disse...

Disseste tudo minha querida. *

- Sílvia ♔ disse...

- Está lindíssimo (: