terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Plenitude

Dou um passo. Outro.
Caminho sem rumo ou destino traçado, com o impto de nada que me lança para "nenhures".
Não se iludam se pensam que o meu estado se encaixa entre o nostálgico e o melancólico porque tal raciocínio estaria errado. Estou apenas submergida num mar de paz e serenidade.
Não sei ao certo o que me leva a tal sensação, emoção ou lá aquilo que lhe queiram chamar. Apenas me deu para isto.
Acabo de me sentar num banco de jardim um tudo ou nada humedecido pelas goticulas da chuva que caíra pouco antes.
Observo finalmente, com olhos de ver, o local onde me encontro, deparando-me mais uma vez com o mesmo cenário de desfecho de quase todas as minhas caminhadas incertas.
É o inconsciente que aqui me trás como se soubesse por experiência própria que será sempre o local perfeito, passe o tempo que passar.
Talvez pela lentidão das águas que teimam em deslizar pelo raso caudal do rio, ou mesmo pelo reflexo das árvores que ondeiam ao menor resfolegar da brisa da tarde, é mágico aquilo que se encontra diante dos meus olhos. Mas não só dos olhos. E é com lentidão que os fecho.
Deixo-me envolver pelos sons, pelos cheiros, pela fresca aragem que me arrepia a espinha. É bom. É óptimo este pequeno grande mundo onde me vim encontrar. É pleno e envolve-me lenvado-me para outra dimensão, outro espaço, outro tempo, para a própria plenitude. E quem diria que a plenitude existe? Pois bem, existe sim, apenas se camufla nas coisas mais simples do nosso dia-a-dia. E se não reparamos nela a culpa é total e inteiramente nossa. E quanto a isso, não digo mais.

SR