terça-feira, 29 de setembro de 2015

Tenho-te pedido para ficares.

Ás vezes o destino prega-nos algumas partidas... Eu por exemplo acho que o meu tem brincado um tanto às barbies comigo. É verdade. Um dia lembrou-se e achou que eu tinha estofo para gostar de alguém que vive nos píncaros e bola para a frente. Quem lide com o resto que se lixe. Em que estavas tu a pensar seu grande idiota?!
Ao início quando me puseste esta ideia marada no pensamento até tolerei, (ao início tudo se tolera), até certo ponto tudo me pareceu possível. Comecei a acreditar que a distância era a nova maneira de nos fazer sentir saudades e que com amor o impossível é alcançável (que, romântica, tonta e ingénua). 
O pior é depois destino... quando inevitavelmente os erros começam, as pessoas se desiludem mutuamente, se percebe que as expectativas ficaram aquém, que as atitudes são inferiores às palavras e estas por sua vez são meros adornos. 
Será o amor egoísta? Sim acho que o é. Egoísta ao ponto de querermos a pessoa tão perto de nós que todos os minutos parecem poucos para que lhe possamos tocar.  Egoísta no sentido de a queremos guardar para nós e só para nós, com o medo sempre presente de deixar ir e de não vê-la voltar. Mas o amor não é egoísta quando se trata de pôr a outra pessoa em primeiro plano, fazê-la sentir-se feliz, dar-lhe mundos e fundos para vê-la sorrir. Eu acredito que esse amor existe. Na verdade esse é o único amor em que eu acredito. Pode-se pensar que um amor à distância se é verdadeiro tem tudo para dar certo...por todas a provações, por se ter ultrapassado tanto... mas e se não é... quero dizer: e se não é verdadeiro para os dois?! se para um a distância não passa de algo bom que o impede de viver numa prisão?!
Sejamos realistas, todas as relações à distância chegam a um ponto que têm que passar a não o ser. Ou porque o amor cresceu e ambas as pessoas não conseguem mais estar separadas e preferem abdicar do seu circulo de conforto em prole da relação. Ou porque o amor estagnou ou diminuiu e passar a ter uma vida em conjunto não é suficiente a pelo menos uma das pessoas e então termina tudo, ou então deixa-se andar até simplesmente se tornar insuportável. Precisamos encarar a realidade como ela é e perceber que esses são os desfechos possíveis. 
Confesso que estou numa fase da minha vida cheia de erros, se por culpa do destino ou minha não sei bem, e sim, continuo um tanto de consciência pesada por todos eles, mas acredito também que há horas de reflexão e horas de mudança e agora chegou a hora de fazer as coisas como deve de ser.
Certos erros fazem-nos crescer e valorizar o que nos faz falta. Nesta fase da minha vida a distância numa relação já não é um assunto leviano como outrora. Agora eu já penso duas vezes se é isto que eu quero para o futuro, se o coração apertado nos dias em que ele não está ainda é suportável, se a incerteza do amanhã ainda se aguenta. Mas a relação não depende só de mim e não vou forçar ninguém a ficar quando assim não é a sua vontade.

A ti meu amor digo-te apenas mais uma coisa: Tenho-te pedido para ficares... mas se não é o que queres (e sim basta quereres) não vou voltar a insistir.
SR




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